setembro 17, 2004

As várias nuances da solidão (parte 8)

HOLA!


VÁRIAS IMAGENS DA SOLIDÃO


Comparem... Em que imagem notamos mais a solidão? Reflitam...



Amyr Klink

"Passados dois meses de tantas histórias, comecei a pensar no sentido da solidão.
Um estado interior que não depende da distância nem do isolamento; um vazio que invade as pessoas e que a simples companhia ou presença humana não podem preencher. Solidão foi a única coisa que eu não senti, depois que parti. Nunca. Em momento algum. Estava, sim, atacado de uma voraz saudade. De tudo e de todos, de coisas e pessoas que há muito tempo não via. Mas a saudade às vezes faz bem ao coração. Valoriza os sentimentos, acende as esperanças e apaga as distâncias. Quem tem um amigo, mesmo que um só, não importa onde se encontre, jamais sofrerá de solidão; poderá morrer de saudade, mas não estará só!"


Edward Hopper



"Edward Hopper é o poeta da solidão. Pessoas que o conheceram afirmam que o isolamento e alienação que caracterizam os seus trabalhos não correspondem a sua verdadeira personalidade, mas a julgar pelo seu legado artístico, a impressão é de uma solidão profunda que nada foi capaz de vencer, nem mesmo um casamento duradouro e uma vida familiar sólida. Chamado de artista da alienação por muitos críticos, pela maneira como os seus personagens parecem estar no isolamento como se não participassem realmente do mundo, Hopper traz em toda sua obra essa marca que o caracteriza nitidamente, como se fosse uma assinatura. Há uma atmosfera de alienação e solidão em todos os seus personagens."




Bridget Jones

Balzaquiana? Nas proximidades? A pressão da sociedade aumenta cada vez mais... Perguntinhas irritantes... Tem namorado, noivo, marido? Vai ficar para titia? Olhamos ao redor... conhecemos cada detalhe desse lugar... os móveis, os papéis, panelas a lavar, a tv sempre ligada, som fossa na rádio, uma absurda carência... Quem nunca foi Bridget Jones? Quem nunca cantarolou uma música melancólica? E pensamentos bizarros? Quem nunca se apaixonou pelo cara errado e nem deu atenção ao que estava do lado? Quem nunca se embriagou tanto para esquecer a solidão dos dias? Quem nunca tentou uma dieta, uma crendice qualquer para sair do grupo das solitárias? Onde está o príncipe? Será que ele nunca vem? Ou simplesmente não existe? Ou pior, é um sapo? Não devemos perder o humor, assim como ela nunca perdeu... Há esperanças... Vamos fazer uma longa investigação... Descobrir o paradeiro de alguém... Onde está você, Mark Darcy? Ééééé... Bridget é um pouco ou muito de todas nós...



Charlotte Lost in Translation in Tokyo

Charlotte é uma recém-casada que é formada em Filosofia... Diploma teórico... Seu marido está trabalhando no Japão como fotógrafo... Ausência... Charlotte passa seu tempo vagueando pela cidade... Hipnotizada por aquela cidade claustrofóbica e ofuscante... Estranha no ninho... Conhece Bob... Sintonia... Sentimento... Parafraseando Rainer Maria Rilke "Amor são duas solidões protegendo-se uma à outra."... Mesmo que por um breve instante... Sussurros... Selo de despedida... Ou de reencontro? Sozinha permanente ou temporariamente? Não importa... Agora tudo soa diferente...



Poema do dia:

S o l i d ã o


"Solidão não é a falta de gente para conversar,
namorar, passear ou fazer sexo... isto é carência.

Solidão não é o sentimento que experimentamos
pela ausência de entes queridos que não podem
mais voltar... isto é saudade.

Solidão não é o retiro voluntário que a gente
se impõe às vezes para realinhar
os pensamentos... isto é equilíbrio.

Tampouco é o claustro involuntário que o destino
nos impõe compulsoriamente,
para que revejamos a nossa vida...
isto é um princípio da natureza.

Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado...
isto é circunstância.

Solidão é muito mais que isto.

Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos
e procuramos em vão, pela nossa Alma !!!"

(Fátima Irene Pinto)




HASTA!