fevereiro 28, 2005

SAUDADE DOS 80 (parte 25)


HOLA!


THE 80'S MOVIES


Pipoca, refrigerante e... sessão da tarde!!


Sessão da tarde... filmes leves, despretensiosos que regrados com uma boa pipoca e uma boa dose de coca-cola, refrescava qualquer mente estressada...

Os filmes voltados para o público infanto-juvenil nos anos 80 tornaram-se referência para os filmes que passam na sessão da tarde da Rede Globo, um novo subgênero cinematográfico. Garotas virgens, apaixonadas, nerds gamados pela garota mais popular, pitboyzinhos mandando ver, vampiros, lobisomens soltos, vítimas estúpidas, heróis sortudos e espertos, muito besteirol, muita gente bagunceira, muita love story, muito baile de formatura, muita ação e golpes de kung fu, karatê, qualquer arte marcial. Chuck Norris era o cara assim como Eddie Murphy. Todo mundo era um ás na dança e meio cientista maluco. Extra-terrestres amigos (Starman, E.T.), monstros, feiticeiros, samurais, cabeças de medusas, fantasmas eram personagens freqüentes. "Sexo, sexo, sexo, sexo, sexo..." Idéia fixa... Com ou sem amor, mas com sexo! American Pie teve ótimos pais! Magia, conto de fadas, viagens, tempos futuros ou passados, galáxias... Família, aventuras, amores impossíveis, o valor de uma amizade... Alguns filmes até sobrevivem sem o rótulo de sessão da tarde, outros são apadrinhados por nossas mentes saudosas e até se tornam agradavelmente assistíveis. Sessão da tarde é realmente um subgênero dos bons!



Águia de aço (1986): "Um piloto da Força Aérea Americana é abatido em uma missão perto da fronteira de um país do Oriente Médio. Ele acaba se tornando prisioneiro e, após um rápido julgamento, é condenado por espionagem, sendo enforcado em três dias. Assim, seu filho adolescente Doug Masters (Jason Gedrick), é ajudado por seus amigos e elabora um arriscado plano, que consiste em pegar dois jatos da Força Aérea fortemente armados para resgatar seu pai. Para esta missão ele convence o coronel Charles "Chappy" Sinclair (Louis Gossett Jr.), um piloto de caças reformado, para ajudá-lo na missão".

Comentando: divertida sessão pipoca estilinho TOP GUN, boas cenas de ação (as cenas aéreas são 10) e a presença do ótimo Louis Gossett Jr são os únicos aperitivos desse filme cuja história é totalmente sem lógica.

TOP GUN - Ases Indomáveis (1986): "Pete Mitchell (Tom Cruise), um jovem piloto, ingressa na Academia Aérea para se tornar piloto de caça. Lá se envolve com Charlotte Blackwood (Kelly McGillis), uma bela mulher, e enfrenta um competidor à sua altura (Val Kilmer)".

Comentando: filme dirigido por Tony Scott e que consolidou a carreira de movie star de Tom Cruise. Bom entretenimento, com ótimas cenas aéreas. Uma bela vista aérea, panorâmica e em close da beleza, dos olhos perfeitos, do corpo sarado do "Take my breath away" Tom Cruise (péssimo trocadilho :P). Tinha também para os marmanjos a beleza (já não mais existente) de Kelly McGillis. Ademais alguns atores que se tornariam astros também participaram do filme: Val Kilmer, Meg Ryan e o eterno doutor Anthony Edwards.

Sem licença para dirigir (1988): "Les e Dean são típicos adolescentes americanos que não imaginam a vida à pé. Tudo que eles querem é tirar logo a carteira de motorista e sair com as garotas. Les é reprovado no exame, mas mesmo assim sai com o carro do avô, numa noite inesquecível".

Comentando: mais um filme estrelado pelos Coreys (Haim e Feldman), ídolos dos anos 80, que também trabalharam juntos em Os Garotos Perdidos. Esse filme analisa uma pessoa como eu: "barbeiros" natos! Comediazinha bobinha, mas divertidinha e só!

Tudo por uma esmeralda (1984): "Joan Wilder (Kathleen Turner) é uma escritora que vai ajudar a irmã que foi seqüestrada na Colômbia. Sua irmã será morta, caso ela não leve um mapa que mostra a localização de um certo tesouro. Enquanto tenta cumprir a exigência conhece Jack Colton (Michael Douglas), um aventureiro e mercenário que a ajuda e por quem se apaixona. Juntos, os dois se envolvem em diversas aventuras."

Comentando: tem vários "quês" de Indiana Jones. Dirigido por Robert Zemeckis, é um clone bem legal, com muita aventura e uma química divertidíssima entre Kathleen Turner e Michael Douglas, além de contar com o impagável Danny DeVito.

Os fantasmas contra-atacam (1988): "Uma divertida trama na véspera de Natal, põe Frank Cross (Bill Murray) numa fantasmagórica armadilha do tempo, nessa hilariante versão de Um Conto de Natal, do romancista Charles Dickens (1812-1870). Cross, que fez uma meteórica carreira de entregador em uma rede de televisão para o cargo de presidente, é cruel, maldoso, desprezível e tem um sádico senso de humor, qualidades perfeitas para um mercenário moderno. Antes que a noite termine, ele receberá a visita de um maníaco motorista de táxi vindo do passado, de uma fadinha que adora gafes e, finalmente, de um monstruoso mensageiro sem cabeça e com sete pés que chegou do futuro. Esses três fantasmas (o do Natal Passado, Presente e Futuro) o avisam para ele estar atento a tudo que eles mostrarem, pois esta é a única oportunidade de Frank se salvar."

Comentando: ótima comédia dirigida por Richard Donner estrelada pelo (eu amo esse cara!) Bill Murray. Tudo bem que esse conto do Charles Dickens já foi contado e recontado diversas vezes, inclusive pelo Renato Aragão, mas aqui tem um humor negro, meio sarcástico e o cinismo maravilhoso do Bill. Eu adoro aquele motorista de táxi totalmente maluquete!

Eu ainda vou postar um comentário sobre Ghostbusters, mas tinha que fazer uma homenagem colocando a fotita dele. Eis Slimer, ou melhor, Geléia. Será que foi por culpa dele que se tornou febre entre a criançada a Geleca (aquela geleiazinha de brinquedo)?

O estranho mundo de Jack (1993): "Jack Skellington, o rei da cidade do Halloween, decide espalhar a alegria do Natal por todo o mundo. Mas sua bem-intencionada missão acaba deixando o Papai Noel em perigo e cria um pesadelo para as crianças do mundo inteiro! Quem salvará o Natal? Fábula natalina ao estilo de Tim Burton, mostra monstro da terra do Halloween tentando reproduzir o natal em sua cidade. Nem que para isso precise seqüestrar o Papai Noel."

Comentando: foi um lapso, mais uma vez minha mente esclerosada pensou que essa ótima animação era dos anos 80, mas que Tim Burton tem maior cara de anos 80, isso é inegável. Talvez eu tenha essa idéia, já que incluí seu outro filme Edward, mãos de tesoura, por causa do seu visual bem anos 80. Sou apaixonada pelo Tim Burton e a parceria dele com o Danny Elfman é quase sempre perfeita. Adoro a direção de arte e os figurinos da maioria do seus filme: um ambiente sombrio, nebuloso, visual dark, personagens tristonhos, soturnos. O próprio Tim Burton parece com muitos dos seus personagens. Essa animação foi o primeiro musical animado em stop-motion. Danny Elfman não só compôs as canções e a trilha, como também criou as letras e cantou na voz de alguns personagens (Jack e um dos meninos do Bicho Papão). Uma trilha complexa e diversa contando às vezes com um instrumento, outras vezes com uma orquestra inteira, além de corais. As letras das canções foram muito bem criadas por Elfman, com algumas surpresas fantásticas e perversas em algumas delas. Adoro conto de fadas às avessas e que, no final das contas, quer nos dar a mesma lição de moral que aqueles bonitinhos feitos para toda a família.




O primeiro ano do resto das nossas vidas (1985): O que fazer com o diploma? Mero figurante ou nosso melhor amigo? Falando em amigos, eles duram para sempre?

O céu se enganou (1989): Eu não sei o que é que deu nos roteiristas nos anos 80 pra fazerem tantos filmes em que a pessoa toma lugar da outra ou que o espírito literalmente baixa em outra pessoa. Até hoje encontramos filmes com essa premissa, parece que dá bilheteria... Já esse filme em questão, conta a história de Louie (Christopher McDonald) que morre em um acidente de carro deixando viúva sua esposa Corrine (Cybill Shepherd) que está no estado literalmente grávida. Louie reencarna como Alex Finch (Robert Downey Jr.) e vinte anos depois o destino o faz conhecer e se apaixonar por Miranda (Mary Stuart Masterson), o que seria a sua própria filha (?). Apenas quando Alex conhece Corrine, mãe de Miranda, é que as memórias de sua vida passada começam a voltar e a confusão começa. Bonitinho e facilmente esquecível.

Te pego lá fora (1987): Se Buddy Revel, o cara mais durão e fortão da escola que todos temem, falasse que ia te pegar lá fora na hora da saída para te dar umas porradas, o que você faria? Jerry é um garoto normal, fraco, nem um pouco durão e um tanto covarde. Que longas horas até o sinal bater e voce ter que sair da escola, não? É mais fácil acertar que vai passar esse filme na TV em algum dia da semana do que ganhar na Mega Sena. Quando vejo a cara de retardado do mané que se mete com aquele pitboyzão com cara de tão ou mais retardado que o nerd, desligo a TV na hora. Odeio esse filme!




O último americano virgem (1983): era assíduo freqüentador do Cinema em Casa do SBT. É divertido, besteirol adolescente puro nos estilo de Porky's, contudo se olharmos melhor, é um filme hiper triste. Gary (Lawrence Monoson) é apaixonado por Karen (Diane Franklin) que, por sua vez, é apaixonada por Rick. Quando Rick engravida Karen e cai fora, o sensível Gary resolve ajudá-la de todas as maneiras, torra suas economias para que ele aborte o filho e ainda compra presentes para ela. Quando Karen melhora, adivinhem? Volta pros braços do cafajeste (mulher, às vezes (ou muitas vezes?) adora esses tipinhos...) e deixa o pobre Gary chupando o dedo. Tem umas cenas bem engraçadas envolvendo uma prostituta e uma certa doença sexualmente transmissível, mas o seu final é triste, inesperado para alguns, mas completamente sincero e verdadeiro. Não é um filme soberbo, mas cumpre muito bem seu papel.

A vingança dos nerds (1984): Eu sou nerd? Fiz um desses inúmeros testes espalhados pela net e em todos o resultado deu positivo? Verdadeiro-negativo? Não pode... odeio nerds! Deve ser esse motivo que nunca gostei desse filme. A história de um grupo de nerds revoltados indo à forra e se vingando de todos realmente não me apeteceu.

Porky's (1982): "No sul da Flórida, em 1954, Pee Wee (Dan Monahan), Billy (Mark Herrier), Tommy (Wyatt Knight) e Mickey (Roger Wilson) têm de enfrentar quatro dolorosos anos na Angel Beach High School. Mas as atividades escolares e esportivas estão em segundo plano, pois o principal interesse deles é sexo. Assim, a vida deles consiste principalmente em observar as garotas no chuveiro e transformar em um inferno a vida dos seus professores, mas são sempre perseguidos por Beulah Balbricker (Nancy Parsons), a professora de ginástica. Acabam indo ao Porky's, um misto de cabaré e bordel onde o dono (Chuck Mitchell) arrumará uma prostituta por um preço razoável. Mas Porky pega o dinheiro deles e os joga em um pântano, com os jovens prometendo se vingar. Mas isto não é fácil, pois o xerife Wallace (Alex Karras) é irmão de Porky e só esquecendo suas diferenças pessoais (um deles é judeu, mas não é totalmente aceito) eles poderão derrotar Porky e sua gangue."

Comentando: Pee-Wee ou sua tosca tradução, Pequeno, e sua trupe tentando ter aventuras sexuais de qualquer jeito. Todos os filmes da série (Porky's 2 - O Dia Seguinte (1983) e Porky's Contra-Ataca (1985)) são engraçados, mas as continuações são fracas. O subtítulo do primeiro filme em português que era medonho: Porky's - A Casa do Amor e do Riso.

Picardias estudantis (1982): "Comédia com elenco de futuros astros que narra o dia-a-dia dos estudantes de um colégio californiano. Sean Penn rouba a cena como o aluno drogado. O roteiro é do estreante Cameron Crowe (futuro diretor e ganhador do Oscar de roteiro por Quase Famosos), que se disfarçou de aluno de colégio para trazer uma trama recheada de sexo, drogas e rock".

Comentando: Sean Penn é foda, mesmo como um surfista lesado provando tudo que é droga. E Cameron Crowe (diretor dos ótimos Vida de Solteiro e Quase Famosos) é um dos roteiristas mais pops e divertidos que conheço. Gostei bastante de um texto que o Ruy Gardnier da Contracampo colocou na sua crítica sobre o filme: "Picardias Estudantis não é um filme simplesmente exploratório, à maneira dos filmes adolescentes do estilo Porky's; está, inclusive, muito mais para o retrato de uma geração, o que ele consegue ser impressionantemente bem (Cameron Crowe, como a heroína de Nunca Fui Beijada, volta à escola colegial disfarçado de aluno para escrever o roteiro do filme). Além de fazer um honesto retrato da sexualidade adolescente, toca em outros tópicos fundamentais da época, como a afluência dos jovens ao shopping center como novo local de agregação social, os empregos de meio-expediente, a relação com as drogas, o aborto como a solução a uma gravidez indesejável e fora de hora... Mas em relação à polêmica, Picardias Estudantis é uma espécie de anti-Kids, o provocador filme de Larry Clarke. Ao contrário de Kids, onde os personagens só existiam a fim de animar o retrato apocalíptico (e, no limite, profundamente moralista) que seu diretor realizava, Picardias Estudantis dá vida a seus personagens porque sim, porque não os considera a partir do certo e do errado, mas de suas vivências particulares, além do bem e do mal. A diretora se coloca ao mesmo nível dos personagens, não se coloca como controladora de seus passados, presentes e futuros. Ela não sabe mais ou menos do que eles. E essa entrega faz de Picardias Estudantis, mais do que tudo, um filme apaixonante."

Não acabou por aqui, ainda tem muito mais...

Obs: Agradeço ao site Adoro Cinema pelas sinopses gentilmente roubadas.



HASTA!