março 02, 2005

SAUDADE DOS 80 (parte 26)


HOLA!


THE 80'S MOVIES


"Hello? What do you look like? Talk louder, I can't hear you! Hey, hello! Hello, I can't hear you! Five. Yes. Yes. I don't know. I don't know" (Carol Anne)


Compreender a complexidade do ser humano é uma tarefa das mais difíceis. Ai se tudo fosse como a odiada Matemática. Até as coisas banais, frívolas me fazem pensar sobre nós mesmos. Por exemplo, por que é tão legal tomar um susto? Como é que uma pessoa sai de casa, entra numa sala de cinema para ter um princípio de infarto? Somos masoquistas? Mas que é muito bom e divertido, isso é irrefutável. O texto abaixo (se quiserem ler o texto completo (leiam... É muito bom!) cliquem aqui) explica melhor o que quero dizer pra vocês:

"As histórias de terror sempre fizeram parte do imaginário do ser humano; o prazer (masoquismo?) em sentir medo e a arte de infligi-lo obviamente não tardaram a conseguir seu espaço, a partir do final do século XIX, naquela que seria a manifestação artística mais influente nos anos que se seguiram: o cinema. Entre as quatro paredes da sala escura, assistir a um filme de terror tornou-se uma atividade totalmente dissociada de qualquer outro gênero cinematográfico; quem estava lá sabia bem que sensações encontraria.

E é justamente essa previsibilidade dos filmes de terror e suspense que os tornam tão fascinantes; um bom filme do gênero é aquele que consegue expressar, de maneira convincente, a contraposição entre o tradicional e a originalidade, ou seja, o velho susto dado de uma nova maneira. O fascínio causado por tais obras encontra sua principal explicação por lidar com questões que culturalmente nos inspiram alguma apreensão, tais como pesadelos ou o medo da morte.

Os filmes de terror possuem uma estética peculiar, em que aspectos técnicos como iluminação e trilha incidental têm uma maior importância na composição do suspense, contribuindo para que o espectador seja induzido à apreensão, tendo as mais diversas reações, desde um aperto no braço do acompanhante (para o mais medrosos) até a ingestão compulsiva de pipocas (para os mais sádicos).

A evolução dos filmes de suspense e terror está intimamente ligada aos eventos-chave da história da Sétima Arte; desde os primeiros filmes mudos, passando pelas novas experiências sonoras e colorizadas até os psicopatas com machadinhas de hoje, muito foi produzido para que sempre nos sintamos o mais desconfortáveis possível. E o irônico disso tudo é que quanto mais incomodados ficarmos, melhor será o nosso julgamento sobre aquele filme.

A década de 80 marcou a ascensão dos “slashers” ou “splatters”, filmes geralmente de baixo custo, onde a onda era ter um maníaco correndo atrás de jovens seminuas. A principal referência destes filmes – e que acabou se tornando uma grife de obras do gênero – é o famoso “Sexta-Feira 13”, com o não menos popular assassino Jason Vorhees triturando jovens pecadores que davam mole transando nos arredores de Crystal Lake. Seu comparsa mais conhecido, o bonitão Freddy Krueger, deu as caras pela primeira vez em “A Hora do Pesadelo” (1984), do sempre irregular Wes Craven.

Alguns grandes nomes do cinema de horror surgiram nos anos 80, como David Cronenberg, conhecido por não poupar o espectador em filmes como “Filhos do Medo” (1979), “Scanners, Sua Mente Pode Destruir” (1981), “A Hora da Zona Morta” (outra adaptação de Stephen King, 1983), “Videodrome – A Síndrome do Vídeo” (1983), “A Mosca” (refilmagem de “A Mosca da Cabeça Branca”, 1986) e “Gêmeos – Mórbida Semelhança” (1988). No Brasil, o cineasta Ivan Cardoso tornou-se conhecido com sua estética “terror-pornochanchada”, em filmes como “O Segredo da Múmia” (1982) e “As Sete Vampiras” (1986).

Em 1982, um filme independente trouxe novas possibilidades para os filmes de terror: “Evil Dead – A Morte do Demônio” (1982) revelou ao mundo o talento de Sam Raimi, que ainda realizou mais dois filmes para a série, tendo dirigido recentemente o sucesso “Homem-Aranha”. Também merece menção o nome do escritor Clive Barker, que aventurou-se na direção e realizou o fantástico “Hellraiser – Renascido do Inferno” (1987), um dos grandes filmes de horror do cinema moderno. Outros filmes legais da década de 80 (você assistia à Sessão Coruja?) são “Dia dos Namorados Macabro” (1981), “Feliz Aniversário Para Mim” (1981), “Acampamento Maldito” (1983), “Gremlins” (1984), “Re-Animator” (baseado num conto de H.P. Lovecraft, 1985), “Demons – Os Filhos das Trevas” (1985), “A Noite das Brincadeiras Mortais” (1986), “Os Garotos Perdidos” (1987), “The Hidden – O Escondido” (1987) e “Quando Chega A Escuridão” (1987). Com a recente tecnologia dos aparelhos de videocassete, a indústria dos filmes de terror (assim como a de filmes eróticos) entrou numa nova era."




Poltergeist (1982): "Família é visitada por fantasmas em sua casa, que inicialmente se manifestam apenas movendo objetos pela casa mas gradativamente vão aterrorizando a família cada vez mais, chegando a "seqüestrar" a caçula, levando-a para outra dimensão através do tubo de imagem do televisor. Os pais se desesperam e uma especialista em fenômenos paranormais sugere que eles devam ser ajudados por uma mulher com poderes mediúnicos."

Comentando: Referência obrigatória entre os filmes de terror. Produzido por e com roteiro do Steven Spielberg, esse filme é um clássico do gênero e um dos responsáveis por isso é o saudoso maestro Jerry Goldsmith e sua trilha com acordes que nos faz pular das cadeiras. Algumas cenas tornaram-se imortais (a cama, a TV, o palhaço etc), os efeitos especiais são muito bons e a morte de alguns de seus atores de forma trágica deu uma aura muito mais sombria, sinistra e aterrorizante ao filme. As continuações Poltergeist II - O Outro Lado (1986) e Poltergeist III - O Capítulo Final (1988) não fazem juz ao longa original.



Gremlins (1984): "Rand Peltzer (Hoyt Axton) é um "inventor" que, ao tentar dar um presente natalino único para seu filho, Billy Peltzer (Zach Galligan), compra em Chinatown um Mogwai, um ser aparentemente gracioso. Mas o dono, um velho chinês, não queria vendê-lo por dinheiro nenhum, pois ter um Mogwai envolve muitas responsabilidades. Entretanto, o neto do ancião o vende por duzentos dólares e diz as regras essências para ter um Mogwai: nunca colocá-lo diante de uma luz forte e muito menos na luz solar, que pode matá-lo; nunca molhá-lo e, a regra principal, nunca o alimente após a meia-noite, mesmo que ele chore ou implore. Rand ouve o aviso sem dar a devida importância e leva o Mogwai para sua casa em Kingston Falls, uma pequena cidade. Paralelamente, Billy trabalha como caixa de banco e sofre com as exigências de Ruby Deagle (Polly Holiday), uma cliente igualmente rica e antipática. Além disto tem de aturar o pedante Gerald (Judge Reinhold), que quer usar sua posição para conquistar Kate Beringer (Phoebe Cates), a namorada de Billy. Quando Billy recebe o presente fica maravilhado, mas as regras não são respeitadas. Assim, quando é molhado o Mogwai se multiplica assustadoramente e, alimentados após a meia-noite, se tornam criaturas más, que aterrorizam a cidade."

Comentando: Eu não tinha medo dos Gremlins. Mesmo o Mogwai sendo todo fofinho e lindinho, eu queria mesmo um Gremlin politicamente incorreto, hilário, sarcástico e bagunceiro. Ótimo filme pipoca que mesclava comédia com terror juvenil com uma sátira divertida ao cotidiano do povo americano. Ademais ainda tinha o gatinho do Zach Galligan. Cadê ele? Vale destacar que o roteiro do filme era do até então desconhecido Chris Columbus e a direção do Joe Dante (Explorers, Viagem Insólita).



It - A Obra-Prima do medo (1990): "Derry, no Maine, é uma pacata cidade que foi aterrorizada 30 anos atrás por um ser conhecido como "A Coisa". Suas vítimas eram crianças, sendo que se apresentava na maioria das vezes como o palhaço Pennywise. Com esta forma ele reaparece, 30 anos depois. Quem sente sua presença é Michael Hanlon (Tim Reid), um bibliotecário e único de um grupo de sete amigos que continuou morando em Derry. Assim ele liga para Richard Tozier (Harry Anderson), Eddie Kaspbrak (Dennis Christopher), Stanley Uris (Richard Masur), Beverly Marsh Rogan (Annette O'Toole), Ben Hanscom (John Ritter) e William Denbrough (Richard Thomas), pois todos os sete quando jovens viram "A Coisa" e juraram combatê-la caso surgisse outra vez. Porém este juramento pode custar suas vidas".

Comentando: quando escrevi sobre alguns personagens que pra mim personificavam a solidão, citei o palhaço. No cinema, palhaço não é somente aquele bobão que tenta agradar às crianças e pode até ser assustador e facínora. E Pennywise é um exemplo legítimo disso. O filme pode ser do início dos 90, mas faz parte do estilo dos filmes de terror vigente nos anos 80. Baseado na obra de Stephen King, esse filme fez muita gente ter medo dos inofensivos palhacinhos. Divertido, tosco e delicioso.

Os palhaços assassinos (1988): Eu vi esse filme no tosco Cine Trash que passava (eu acho!) na Band e que era apresentado pelo nosso idolatrado Zé do Caixão. Eram palhaços extra-terrestres (que hilário!) que queriam dominar a Terra ou coisa parecida (não lembro:P) e tinham uma nave em forma de circo e usavam umas armas laser altamente toscas. Lembro-me de que eles carregavam suas vítimas em um recipiente com uma forma de um balão ou um algodão doce sangrento (viajei!). Também recordo que a única forma de salvar a Terra e detê-los era estourar seus narigões vermelhos. Super hiper mega trash e tosco e igualmente divertido.

A coisa (1985): o filme relata o aparecimento de uma substância pegajosa (que mais parecia um iogurte (por sinal, odeio a maioria dos igourtes!)) que irrompe da superfície terrestre enquanto alguns mineiros trabalhavam. Por ter uma aparência comestível, os escavadores a experimentam e acham aquela estranha gosma muito deliciosa e resolvem comercializá-la. "The Stuff" (A Coisa) como é chamada torna-se um sucesso de vendas, a sobremesa favorita entre 10 de 10 famílias. Entretanto fatos estranhos surgem após o uso da "coisa", já que todos seus usuários tornam-se zumbis após sua ingestão. Um ex-detetive e um guri tentam acabar com a devoradora de cérebros humanos. Esse filme é muito tosco e muito engraçado. Lembram a cena do vaso sanitário? "A Coisa" sempre me faz lembrar de outro filme de terror de 1988, estrelado por Kevin Dillon (irmão de Matt Dillon), A Bolha Assassina. Esse filme foi um remake do filme protagonizado por Steve McQueen na década de 50, onde uma criatura gosmenta, trazida à Terra por um meteorito, passa a aterrorizar os habitantes de uma pequena cidade dos EUA.

Sexta-Feira 13*: Dos dez filmes da série, oito foram feitos durante os anos 80. Tudo começa em 1980 no acampamento Crystal Lake que fica na imediações de New Jersey. Após ter sido fechado por ter uma fama de local maldito devido a uma onda de assassinatos (um garoto deficiente que se afogou no lago que circula a região e que poderia estar vivo se um casal não ficasse de mãos atadas. O corpo da criança nunca foi encontrado e esse mesmo casal, anos depois, é brutalmente assassinado). Todavia, resolvem reabrir o local e uma certa mão assassina acabará com os intrusos um por um. O filme tem um quê bem tosco do clássico Psicose de Hitchcock, mas falha ao mostrar o verdadeiro assassino. E apesar de ser o melhor de toda franquia, no quesito originalidade é nota zero e o que dizer dos inúmeros erros de edição? O elenco é o mais canastra possível e é facilmente perceptível quem vai morrer ou quem vai sobreviver. Se Johnny Depp foi uma das primeiras vítimas de Freddy, aqui é o até então desconhecido Kevin Bacon. a As historinhas são basicamente as mesmas, mas as continuações (Sexta-Feira 13 - Parte II (1981), Sexta-Feira 13 - Parte III (1982), Sexta-feira 13 - O Capítulo Final (1984), Sexta-Feira 13 - Parte V: Um Novo Recomeço (1985), Sexta-Feira 13 - Parte VI: Jason Vive (1986), Sexta-Feira 13 - Parte VII: A Matança Continua (1988), Sexta-Feira 13 - Parte VIII: Jason Ataca em Nova York (1989), além dos dois filmes nas décadas seguintes: Jason Vai Para o Inferno - A Última Sexta-Feira (1993) e Jason X (2002)) conseguem ser mais fracas que o original e é nelas que surge o grandão sangüinário Jason Vorhess com sede de vingança pela morte da sua mãe, a verdadeira assassina do longa original. Jason usou a máscara de hockey apenas no terceiro filme, antes ele usava um pano amarrado ao seu pescoço com um furo para o olho esquerdo. Jason ainda ficou vivo por mais três filmes, onde até fez uma visitinha a Nova York. Morreu em 1996 quando sua irmã (?) lhe cravou uma adaga sagrada (única combinação de coisas capaz de matar Jason para sempre). Pra vocês qual foi a pior morte, aquela que te deu mais "erghh" e mais arrepio? Essa foto acima do cara tendo seu crânio esmagado é foda, assim como uma que tem o cara na rede e surge uma faca transpassando seu corpo de baixo para cima. Eu sei que deve ter outras mortes bem mais hardcore, mas essas são as que mais recordo.

Eu tenho uma teoria meio louca sobre Sexta-Feira 13. O filme, em sua grande parte, é formado por um elenco jovem, correto? E na franquia o que mais tem são esses jovens fazendo sexo enlouquecidamente, fumando muitos baseados etc. Atos que nunca fariam próximos aos seus pais. Logo Jason seria a face maquiavélica da figura paternal ao dar corretivos fatais nesses garotos travessos. E sempre uma vítima é salva para ter a chance de poder assimilar as lições. Será?

A hora do pesadelo (1984): Wes Craven é o responsável pela criação de um dos personagens mais aterrorizantes desse gênero: um homem deformado com garras de aço que saem dos dedos - eis Freddy Krueger (Robert Englund). Quem não tinha medo de dormir e imaginar que o Freddy poderia aparecer nos seus sonhos e transformá-los em pesadelos reais? Até o Johnny Depp (bem novinho) foi uma das suas inúmeras vítimas. Pra variar, o filme teve várias continuações medíocres como A Hora do Pesadelo 2 - A Vingança de Freddy (1985), A Hora do Pesadelo 3 - Os Guerreiros dos Sonhos (1987), A Hora dos Pesadelos 4 - O Mestre dos Sonhos (1988), A Hora do Pesadelo 5 - O Maior Horror de Freddy (1989), A Hora do Pesadelo 6 - Pesadelo Final - A Morte de Freddy (1991) e O Novo Pesadelo - O Retorno de Freddy Krueger (1994). Os minutos finais do filme de 1991 eram em 3D e a gente tinha que usar uns óculos tridimensionais que foram distribuídos no início da sessão. Além da série de filmes A Hora do Pesadelo, o personagem Freddy Krueger aparece também no fraco Freddy vs Jason (2003).

*Essa foto é do 3º filme (1982) da série.



A hora do espanto (1985): "Para o jovem Charley Webster (William Ragsdale) nada poderia ser melhor que um velho filme de terror bem tarde da noite. Assim, quando novos moradores ocupam a casa vizinha a experiência de Charley não deixa nenhuma dúvida de que o comportamento estranho dos novos vizinhos é explicado pelo fato de eles serem vampiros. Charley pede ajuda a Peter Vincent (Roddy McDowell), o apresentador do programa de terror preferido de Charley, mas acontece que Peter, além de covarde, não acredita em vampiros e está neste negócio apenas por dinheiro. Além disto, ele está correndo o risco de passar por louco ao dizer que seus vizinhos são vampiros e, para piorar tudo de vez, a mãe de Charley faz algo que deixa o filho apavorado: ela fica encantada com Jerry Dandrige (Chris Sarandon), um dos vampiros, e o convida para entrar na casa dela".

Comentando: apesar de ter todos os clichês do gênero em cada fotograma, esse filme é bem bacaninha e muito divertido. Roddy McDowell (do Planeta de Macacos original) está hilário como o famoso "vampire slayer", tinha também aquele amigo do protagonista que sacava tudo de vampiros e que depois vira um vampiro muito descontrolado. Além do charme do morcegão-chefe Chris Sarandon.

A maldição de Samantha (1986): Wes Craven é reponsável por essa tosqueira que conta a história de um garoto nerd (eles, pra variar!) que é apaixonado pela sua bela vizinha Samantha (Kristy Swanson). Infelizmente Samantha morre após seu pai empurrá-la da escada. O garoto então junta o cérebro da sua amada com a do seu robô de estimação. A melhor cena do filme é quando a Samantha joga uma bola de basquete na eterna mamãe Fratelli, explodindo seu crânio (e eu adorei!!).

A noite das brincadeiras mortais (1986): um bando de amigos viajam para uma mansão em uma ilha para comemorar seu último ano no colégio. Porém, o pânico se instala quando cada uma das pessoas vão aparecendo brutalmente mortas. O final é surpreendente e muito legal.

Evil Dead: essa trilogia do terror trash dirigida por Sam Raimi começou em 1981 com A morte do demônio (foto acima) onde nosso herói Ash (Bruce Campbell) e um grupo de amigos vão passar as férias em uma cabana na floresta. Eles descobrem o "Livro dos Mortos" e um gravador que pertencia a um professor, só que ao tocarem a fita, eles evocam demônios que voltam à vida. As passagens ressuscitam uma força maligna que estava na floresta. As pessoas começam a se transformar em criaturas demoníacas. A única forma de acabar com os demônios é o total desmembramento dos corpos. Está na cara que tem jorra de sangue pra todo lado, não é? Em Evil Dead 2 (Uma noite alucinante) de 1987, continuamos a ver a mesma cena final de Evil Dead (na verdade, os primeiros minutos são um remake do primeiro filme, já que os criadores nao conseguiram os direitos do primeiro filme. Pode?), com um Ash aflito correndo dos espíritos e sendo, posteriormente, possuído. O amanhecer salva a alma de Ash transformando-o em humano outra vez. Ash tenta sair da floresta, mas a ponte está completamente destruída. Então é forçado a voltar para a cabana e passar a noite. E adivinha quem aparece? A namorada do cara sai da sepultura e o ataca. O filme contém uma das cenas mais clássicas de filmes de terror: Ash corta sua mão possuída pelo demônio (contaminada por várias mordidinhas da sua namorada) e conhecida como "Evil Hand" e no lugar de sua mão, insere uma serra elétrica. E em 1993 a série fecha seu ciclo com Evil Dead 3 (Uma noite alucinante 3), o mais fraco dos três filmes, muito mais comédia que terror, totalmente sem noção, já que Ash volta ao tempo medieval, acaba sendo preso, mas consegue se safar e ir atrás do Livro dos Mortos para conseguir voltar para casa. Eu já vi tantas vezes a trilogia que perdi minhas contas, saudades do senso de humor dos filmes e das caras e bocas do Bruce Campbell.

Força sinistra (1985): Vampiros aqui estão fora e muito menos mordem pescoços e chupam nosso sangue. A grande vilã é uma peituda e peladona alienígena que suga a força vital através de um beijo. Ótima pedida pros namorados, noivos e maridos galinhas e mulherengos.

A Volta Dos Mortos Vivos (1985): "Crááássico" do terror!!! Um gás tóxico armazenado secretamente pelo Exército americano entra em contato com a atmosfera e, por intermédio de um temporal, se infiltra no terreno de um cemitério nas adjacências. Esse gás contém uma substância capaz de levantar os mortos das tumbas com uma fome louca de miolos humanos. Os cérebros humanos são, na verdade, o único alimento capaz de aliviar a dor da danação eterna. Um grupo de jovens que passeavam por ali são os primeiros que percebem a extensão da ameaça e conseguem se abrigar em um necrotério próximo, mas os zumbis sanguinários os cercam e aniquilam toda e qualquer ajuda que vem para socorrê-los. Lembram-se da punk zumbi pelada ou da mulher que tem metade do corpo e que passa a viver na mesa do necrotério? Muito bom!!!

Um lobisomem americano em Londres (1981): dois estudantes americanos, David Kessler (David Naughton) e Jack Goodman (Griffin Dunne), que viajam pela Grã-Bretanha, são atacados por um lobisomem. Um deles, Kessler, sobrevive e acorda no hospital, onde é visitado pelo fantasma do amigo que, em processo de putrefação, lhe adverte sobre a maldição do lobisomem. As cenas de transformação são sensacionais, excelente maquiagem e ótimos efeitos especiais para a época. Ademais o filme tem um humor negro muito legal, talvez inserido pela presença do diretor John Landis, notório diretor de comédias (O clube dos cafajestes, Os irmãos cara de pau).

Brinquedo Assassino (1988): Conhece Charles Lee Ray? Não? Mas então, certamente, você conhece sua alcunha após tomar o corpo de um boneco: C-H-U-C-K-Y. Nesse primeiro filme dessa franquia de sucesso (e que atualmente virou paródia de si mesma) conta a história do tal serial killer vivido por Brad Dourif que morre após um tiroteio com a polícia, mas sem que antes utilize seus conhecimentos de vodu, magia negra e transfira sua alma para um boneco. Só que esse boneco é um fenômeno de vendas (crítica subliminar do nosso consumismo desenfreado?) e um garoto o ganha de presente de sua mãe. E para voltar a sua antiga forma humana, a única forma é matar o guri e tomar seu corpo. Para isso, Chucky fará uma festa regrada a muito sangue. Quem não tinha medo do Chucky? Lembram a nossa versão tupiniquim, o Fofão?

Cemitério maldito (1989): "Recentemente os Creeds se mudaram para uma nova casa nos arredores de Chicago. A casa é perfeita, exceto por duas coisas: os reboques, que vivem fazendo barulho na estrada, e o misterioso cemitério no bosque atrás da casa. Os vizinhos dos Creeds estão relutantes em falar sobre o cemitério e eles tem um bom motivo para tal comportamento. Gradativamente o casal toma conhecimento da verdade e ficam chocados ao saberem do perigo que seus filhos correm. Quando o gato da família morre atropelado, eles o enterram em um cemitério índio que tem o poder de ressuscitar o que for deixado naquele terreno, mas as conseqüências são inimagináveis".

Comentando: outro filme baseado em um livro do Stephen King. Quem diria que um filme norte-americano iria colocar um bebê lindo e fofo como assassino? O filme dá medo do começo ao fim e não é só um terror gráfico, os vários conflitos do seu protagonista faz do filme também um ótimo terror psicológico. Filme bem legal e ainda de quebra tinha Ramones na trilha... Perfeito!!

Hellraiser – Renascido do Inferno (1987): "Frank Cotton (Sean Chapman) é um conhecedor da depravação sexual, que busca a mais nova experiência sensual e compra um belo e intrincado cubo de quebra-cabeças. Só que Frank tem uma experiência aterradora com o cubo, ao resolver o enigma e abrir as portas do Inferno e do Céu, o que provoca sua morte. Após vários anos seu irmão, Larry (Andrew Robinson), que ignora o que aconteceu com Frank, decide voltar para a casa da família, que estava fechada há dez anos. Larry se muda juntamente com sua segunda esposa, Julia (Clare Higgins), mas sua filha, Kirsty (Ashley Laurence), optou por morar sozinha. Um acidente faz o sangue de Larry cair no chão do sótão, o que faz com ocorra a ressurreição de Frank. Porém o corpo dele está só meio composto, assim procura a ajuda de Julia, com quem tivera um tórrido envolvimento, para ter novamente a forma humana. Ainda secretamente apaixonada por Frank, Julia o ajuda seduzindo homens da cidade e levando-os até a casa, pois assim seu renascido amante pode beber o sangue deles, para assim recuperar seu aspecto humano. Tentando melhorar sua relação com Julia, Kirsty, que nunca se sentiu a vontade com a madrasta, vai até a casa para conversar com ela. Quando está chegando vê Julia com desconhecido, que na verdade é a próxima vítima e não o que Kirsty pensa. Ao entrar na casa Kirsty fica diante do estranho, que está coberto de sangue, e pede por socorro. Aterrorizada, ela se depara com o ainda incompleto Frank, que se identifica e tenta dominá-la. Apavorada, Kirsty pega por acaso o cubo e sente que ele é importante para Frank, então o atira pela janela, o que deixa Frank em pânico. Ao fugir ela pega o cubo e anda pelas ruas desnorteada, pois está dominada por um medo que nunca sentiu."

Comentando: eu não saco de subgêneros dos filmes de terror como o Doggma, mas se esse filme não for considerado um típico terror gore (cujo maior exemplo é Suspiria do Dario Argento), não entendo mais nada. Já tive altos pesadelos com os cenobitas, principal e obviamente com o Pinhead. Terror dos bons!

Pague para entrar, reze para sair (Funhouse, 1981): esse filme do Tobe Hooper, também diretor dos cultuados Poltergeist e Massacre da Serra Elétrica , nos conta a história de um grupo de jovens que entram num inocente trem-fantasma e coisas estranhas começam a acontecer. Apesar de ser o mais fraco dos filmes de Hooper, é um terror acima da média.

Também não posso me esquecer do mestre John Carpenter que criou a franquia Halloween e alçou Michael Myers ao posto de um dos assassinos mais famosos do cinema. Nos anos 80, Carpenter fez o sucesso de crítica e de bilheteria A bruma assassina (uma história de fantasmas assassinos que aterroriza uma cidade litorânea). Em 1982, foi lançado O Enigma de outro mundo, refilmagem de "O Monstro do Ártico" (1951), protagonizado por Kurt Russel cujo papel era de um membro de uma equipe de pesquisas instalada em uma base na Antártida que tem de enfrentar uma criatura alienígena capaz de imitar a aparência de qualquer organismo vivo. Não se pode deixar de mencionar a trilha sonora composta para o filme pelo mestre Ennio Morricone. Em 1983, é lançado Christine, o Carro Assassino, baseado em um livro homônimo de Stephen King, clássico filme do terror trash. A película conta a história de um rapaz que compra e restaura um antigo carro assombrado que ameaça todos que se puserem entre ele e seu dono.

Em 1983, Cronenberg nos presenteou com a adaptação cinematográfica de mais um livro do sempre presente Stephen King. A Hora da Zona Morta conta a história de Johnny (Christopher Walken) que sofre um acidente de carro e fica em coma por cinco anos. Quando acorda, sua vida deu um giro de 180°, já que sua noiva havia casado com outro homem e tinha perdido seu emprego. Mas logo descobre que acordou com algo diferente. Ao tocar sua enfermeira ele tem visões: uma casa em chamas, uma garotinha gritando... São premonições, visões após um contato físico. Quando suas premonições chegam ao ouvido da polícia local, o xerife da cidade vai até ele pedir ajuda para resolver uma série de assassinatos. Johnny percebe então que além de prever, também tem a chance de alterar o futuro, através de uma espécie de zona morta em suas visões. Imagina se isso acontecesse com a gente? Inicialmente uma dávida, esse dom viraria um infortúnio dos piores. Como sobreviver com toda sua sanidade mental sabendo que pessoas vão morrer, que guerras vão pipocar, que a corrupção crescerá mais ainda? Exército de um homem só? Lembram quando ele toca nas mãos do senador americano (Martin Sheen), pré-canditado à Presidência dos E.U.A., e percebe que este planeja fazer uma guerra nunclear? E a frase citada pelo personagem de Sheen ao acionar uma bomba atômica: "I have to fulfill my destiny, this is my destiny!" Imagina se pudéssemos ler a mente demente do Bush? Por sinal, A Hora da Zona Morta (Dead Zone) atualmente virou série televisiva estrelada pelo eterno brat packer Anthony Michael Hall.

Outro filme bem legal é a Sétima Profecia (1988), onde a Demi Moore e o Michael Biehn vivem um casal em estado de graça, já que ela finalmente está grávida, mas depois de um certa visita inesperada, ela descobre seu futuro rebento é o filho do demo em pessoa.

Assim como o O massacre da serra elétrica (Leatherface rules!!) e Halloween são referência para os filmes do mesmo filão que aparecia nos anos 80, ótimas películas como Psicose e Os pássaros do mestre Hitchcock, A Profecia (lembram-se da babá se enforcando e ainda sorrindo?), Carrie, a estranha, Terror em Amityville, O Exorcista, o Bebê de Rosemary, A pequena loja de horrores, a maioria dos filmes estrelados pelo grande Vincent Price e os filmes do Romero (a clássica trilogia dos mortos formada por A noite dos mortos-vivos (Night of the Living Dead, 1968), O despertar dos mortos (Dawn of the Dead, 1978) e O dia dos mortos (Day of the dead, 1985), apesar de não terem sido lançados nos anos 80 (exceto o último filme citado), são ícones do cinemão de terror e bastante cultuados nos anos 80. Ademais me causaram muitas idas pro quarto dos meus pais. O Iluminado também me assustou e me assusta muito, mas dele a gente conversa depois...

Se querem saber mais sobre filmes de terror, é só visitar o especial Sexta-Feira 13 do meu amigo Daniel e o blog animal do meu amigo Dogg.


PS: Ah... Vou ser processada pelo Adoro Cinema :P... Valeu pelas sinopses roubadas (todas estão, pelo menos, entre as aspas, né?)


HASTA!