março 06, 2005

SAUDADE DOS 80 (parte 28)


HOLA!




THE 80'S MOVIES



"I'm afraid. I'm afraid, Dave. Dave, my mind is going. I can feel it. I can feel it. My mind is going. There is no question about it. I can feel it. I can feel it. I can feel it. I'm a... fraid. Good afternoon, gentlemen. I am a HAL 9000 computer. I became operational at the H.A.L. plant in Urbana, Illinois on the 12th of January 1992. My instructor was Mr. Langley, and he taught me to sing a song. If you'd like to hear it I can sing it for you."




Blade Runner - O Caçador de Andróides (1982)

"I`ve seen things you people wouldn`t believe. Attack ships on fire off the shoulder of Orion. I watched C-beams glitter in the dark near the Tannhauser gate. All those moments will be lost in time, like tears in rain. Time to die".

Inicialmente massacrado, tornou-se cult após lançarem a versão uncut do diretor Ridley Scott. Se eu já tinha gostado antes, passei a amar depois.

O ano é 2019 e as cenas iniciais de uma Los Angeles caótica e sombria(méritos para a excelente fotografia) são de impressionar. Deckard (Harrison Ford) é um quase aposentado caçador de andróides que volta à ativa com a missão de capturar ciborgues replicantes que adquiriram emoções. Estes ciborgues roubaram uma nave e aniquiliram toda a tripulação e entraram ilegalmente na Terra.

Dirigido magistralmente por Ridley Scott numa nítida homenagem aos filmes noir, cria um cenário que remete Metrópolis de Fritz Lang, com aqueles corredores estreitos, aquele ar sufocante e o visual futurista estoteante. Atuações impecáveis, diálogos profundos e reflexivos. Vale também destacar a trilha composta por Vangelis que, no mínimo, é soberba.

Os personagens do filme são densos, introspectivos, cheios de significados e simbolismos. A cada encontro entre o Blade Runner e um replicante a trama se torna mais intrincada e complexa mostrando conflitos emocionais interiores e entre os personagens que colocam sob dúvida toda a estrutura da sociedade existente.

O que vai ser do nosso futuro? Por que nos é imbutido que a felicidade vem acoplada à tecnologia? Não sou contra os avanços tecnológicos, mas devemos repensar o motivo pelo qual tanto buscamos a inteligência artificial. E o que acontecerá com os futuros clones? Terão direitos como nós? Ou serão renegados? Receberão nosso olhar preconceituoso e de superiodidade? Se condenávamos a escravidão dos negros e índios, qual o intuito dos ciborgues? Não é uma escravatura velada? Todos temem que um dia a criatura se volte contra seu criador como vemos no filme Exterminador do Futuro, mas alguém teme pelas máquinas? Se você analisar superficialmente, HAL é manipuladora e maquiavélica, entretanto ela não é fruto de nós mesmos e a verdadeira vítima da nossa cobiça?

Além destas questões, em vários momentos do filme Ridley Scott coloca na boca dos replicantes rebelados (HOMEM) em luta com o policial Blade Runner (SISTEMA) questões essenciais para nós: "O criador pode consertar a criação?" Ou ainda: "Que experiência é viver com medo. Isso é ser escravo." Ou "É doloroso viver com medo." São questões que também dizem respeito ao homem contemporâneo que vive em uma sociedade acostumada com a cultura do medo investida por nossos próprios governantes.

Outro ponto também bastante comentado no filme é sobre a imortalidade. Não são só os replicantes que não querem viver apenas quatro anos, nós mesmos avançamos cada vez mais na Medicina numa busca incessante sobre o segredo da imortalidade. A literatura e o cinema refletem bastante essa procura insaciável através de lendas como a Pedra Filosofal, Santo Graal, água da vida etc. Isso me faz lembrar do primeiro Highlander e seu tom melancólico sobre a imortalidade. Vale a pena ver todos que amamos indo embora? Temos que ter maturidade para saber que tudo nessa vida tem um começo e um fim.

O filme também debate sobre a troca do ser pelo ter, o consumismo, a falta de compaixão entre as pessoas, a religião e seu equivalente tecnológico, a televisão, como ferramentas de controle e massificação e as dúvidas interiores de Richard Deckard sobre o sentido de sua própria vida (principalmente quando se apaixona por uma replicante) e de seu trabalho como caçador de andróides culminam em uma pergunta que é patente na obra do mestre da ficção Philip K. Dick: "Se nós humanos não somos mais capazes de sentir compaixão, e a partir do instante em que as máquinas, ou no caso os replicantes, são capazes de desenvolver empatia num grau maior que nós mesmos, o que é então ser realmente um humano, o que é ser real?"





Em uma galáxia muito distante dentro da sua mente, um homem chamado George Lucas criou um universo maravilhoso e excepcional. Nascia a trilogia Guerra das Estrelas, infintitamente superior aos caça-níqueis Ameaça Fantasma e o melhorzinho O Ataque dos Clones. Construiu mundos e línguas diferentes numa clara referência futurista às obras do mestre Tolkien. Apresentou-nos a personagens carismáticos como o anti-herói Han Solo, a destemida Princesa Leia, Luke Skywalker, a voz ofegante e aterrorizante de Darth Vader, o magnífico Yoda, o sábio Obi Wan Kenobi e os adoráveis e às vezes irritantes Chewbacca, C3PO e R2D2. Com uma história simples e efeitos especiais de babar para a época, Star Wars entrou no rol dos grandes clássicos sci-fi da história do cinema. Não tem a profundidade de um Blade Runner, mas arrastou milhões aos cinemas, aumentou nosso consumismo por brinquedos, joguinhos e nos deu ótimos momentos de diversão.

Star Wars: Episódio IV - Uma Nova esperança (1977): "Luke Skywalker (Mark Hammil) sonha ir para a Academia como seus amigos, mas se vê envolvido em uma guerra intergalática quando seu tio compra dois robôs e com eles encontra uma mensagem da princesa Leia Organa (Carrie Fisher) para o jedi Obi-Wan Kenobi (Alec Guiness) sobre os planos da construção da Estrela da Morte, uma gigantesca estação espacial com capacidade para destruir um planeta. Luke então se junta aos cavaleiros jedi e a Han Solo (Harrison Ford), um mercenário, e junto com membros da resistência tentam destruir esta terrível ameaça".

Comentando: Somos apresentados ao universo dos jedis e ao lado negro da Força. Como já disse, os efeitos são fantásticos para o final da década de 70. John Williams cria uma trilha que se tornaria atemporal.

Star Wars: Episódio V - O Império Contra-Ataca (1980): "As forças imperais comandadas por Darth Vader lançam um ataque contra os membros da resistência, que são obrigados a fugir. Enquanto isso Luke Skywalker (Mark Hamill) tenta encontrar o Mestre Yoda, que poderá ensiná-lo a dominar a "Força" e torná-lo um cavaleiro jedi. No entanto, Darth Vader planeja levá-lo para o lado negro da Força".

Comentando: o melhor filme da trilogia. Os personagens interagem melhor, há uma carga dramática maior e os efeitos especiais cada vez melhores.

Star Wars: Episódio VI - O Retorno de Jedi (1983): "O imperador (Ian McDiarmid) está supervisionando a construção de uma nova Estrela da Morte. Enquanto isso Luke Skywalker (Mark Hamill) liberta Han Solo (Harrison Ford) e a Princesa Leia (Carrie Fisher) das mãos de Jaba, o pior bandido das galáxias. Luke só se tornará um cavaleiro jedi quando destruir Darth Vader, que ainda pretende atraí-lo para o lado negro da "Força". No entanto a luta entre os dois vai revelar um inesperado segredo". (OHH... qual será o segredo?:P)

Comentando: o mais fraco da trilogia, mas ainda muito bom. Mas aqueles Eowks (por sinal, eles fizeram um filme solo em 1984 entitulado Caravana de Coragem)... Ninguém merece! Infantilizou demais o filme. Por sinal, a versão para o DVD fez uma mudança no final deste filme que fez muito fã ter convulsões seguidas. Spoiler para uma mente esclerosada: Yoda morre, minha gente... Morre...

Obs: Mais sobre o universo de Star Wars você encontra no blog do meu amigo Daniel, vulgo Conde Dookan... Leiam o especial dele sobre os dois novos filmes. Ele escreve tão bem, que pode enganá-los sobre a qualidade dos filmes :P.



O Exterminador do Futuro (1984): John Connor é o grande herói da humanidade que consegue acabar com o domínio das máquinas. Para destruí-lo, resolvem voltar ao passado antes do seu nascimento a fim de matar Sarah Connor (Linda Hamilton), sua mãe. Contudo um amigo de John (Michael Biehl... Uhh noossa!!) também volta ao passado para proteger Sarah do andróide vivido por Arnold Schwarzenegger. James Cameron cria um filme fascinante e com cenas de ação de tirar o fôlego.

De volta para o futuro: essa deliciosa trilogia começa em 1985. O diretor Robert Zemeckis nos conta a história de Marty McFly (Michael J. Fox) que acaba voltando no tempo acidentalmente, após fugir de carro dos bandidos que mataram seu amigo, o cientista amalucado Doc Brown (Christopher Lloyd) e acaba atrapalhando a história natural dos seus pais. Já a segunda parte foi lançada em 1989 e vemos Marty indo para o futuro resolver um problema com um dos seus filhos. Já a última parte da trilogia (1990), tanto Marty como Doc vão parar no meio do Velho Oeste Americano. Uma trilogia simpática, ágil, divertida, com ótimos atores, bons diálogos e ótimas cenas que abusam dos efeitos especiais.

Superman: O maior filme baseado em quadrinhos. Eu adoro X-men 2 e Homem Aranha 2, mas ainda vai nascer o filme que bata o primeiro Superman. Ainda vai nascer um ator que vista tão bem o uniforme de um super-herói como Christopher Reeve e olha que o Super-Homem não é nem meu personagem favorito. O primeiro dos três filmes foi lançado em 1978. Dirigido com eficiência por Richard Donner, a história começa quando Jor-El (o deus Marlon Brando), um renomado cientista, prevê o fim do seu planeta. Pra salvar seu filho, constrói uma nave para sua fuga. Desse modo, o único sobrevivente da explosão do planeta Kripton chega no planeta Terra e é adotado pelo casal Kent que esconde de todos a verdadeira origem da criança e lhe dão o nome de Clark. À medida que cresce, Clark percebe que tem superpoderes: uma força descomunal, habilidade de voar, uma audição invejável e capacidade de olhar através dos objetos. Já adulto, torna-se jornalista do Planeta Diário e se apaixona pela sua colega Louis Lane (Margot Kidder), mas atrás daquele jornalista tímido de óculos fundo de garrafa, esconde-se um super-herói em busca da paz e do bem-estar entre os homens. Enquanto ele é apaixonado por Louis, ela é apaixonada pela sua identidade secreta. Surge nesse cenário o megalômano Lex Lutor (Gene Hackman) que vê no Super-Homem seu maior empecilho. A consagrada trilha do filme é orquestrada pelo mestre John Williams e a cena mais marcante e uma das mais belas que já vi é aquela do Super-Homem dando voltas no planeta, pra voltar no tempo e salvar Louis. Quem nunca quis fazer isso?

Já o segundo filme foi exibido em 1980 e além do Lex Lutor, nosso herói terá que enfrentar aqueles três bandidos banidos de Krypton por seu pai e que estavam confinados na Zona Fantasma e que, por uma explosão, conseguem escapar. O legal desse filme é quando o Super-Homem desiste de seus poderes pra poder ter uma vida normal com Louis. Aquele castelo de gelo tem um visual fantástico e lembram que a Louis confirma que Clark é o Superman após ele se queimar naquela lareira? E aquela cena do bar? O cara toma maior surra, mas depois quando retoma seus poderes... Terence Stamp como o general Zod está fodaço. Apesar dos inúmeros problemas entre os produtores, a saída de Donner com mais de 80% do filme feito, além do Gene Hackman e Marlon Brando que também pularam fora em apoio ao Donner, ainda assim é um baita filme.

O terceiro foi exibido em 1985 e é bem fraquinho e nem tem a Louis nem o Lex e sim a Lana Lang que todo mundo começou a conhecer melhor depois da ótima série Smallville. Por sinal, a atriz Annete O' Toole que faz a Lana é a mãe do Clark no seriado. E ainda tem o Richard Pryor!? Elemento de humor? Putzz... Aqui o Superman enfrenta um gênio da informática que pretende dominar o mundo. Já o último filme que foi lançado em 1987 é um samba do crioulo doido, sem nexo nenhum, mesmo com a volta de Hackman como Lex Lutor.

Krull (1983): "Uma jornada a um tempo místico e a um lugar que não pertence ao presente ou ao passado, onde existem incríveis criaturas mágicas".

Comentando: aqui acompanhamos a jornada de um príncipe para resgatar sua amada em um planeta cheio de perigos. Receita do filme: 1,3kg de Star Wars + 1,5Kg de Excalibur e 1,6kg de Conan, coloca em forno morno e pronto. E não é que a mistura ainda saiu legal, digo, muito legal! Lembram que se alguém olhasse pra cabeça da medusa virava pedra? Muito massa!

O último guerreiro das estrelas (1984): "Saudações, Guerreiro Estelar! Você foi recrutado pela "Liga Estelar" para defender a "Fronteira" contra XUR e a Aramada Ko-Dan!" Um garoto aficcionado em um determinado jogo de fliperama não faz nem idéia que, após zerar o jogo, abre um portal para um outro universo e que ele é o único que pode salvar a humanidade. O filme também tem bons efeitos de computação gráfica.




Duna (1984): "Em 10.190 D.C., um duque e sua família são mandados pelo Imperador para Arrakis, um árido planeta conhecido como Duna, que tem uma matéria essencial às viagens interplanetárias: a Especiaria. O motivo desta mudança é que o Imperador planeja destruir o duque e sua família, mas seu filho escapa e procura se vingar usando a ecologia deste mundo como uma de suas armas".

Comentando: imaginem uma ficção científica baseada em um livro famoso dirigida sob a perspectiva de David Lynch... Assim é Duna. É um filme tão cheio de detalhes que é necessário rever o filme para captar todas suas nuances. Tem um figurino e uma fotografia incríveis. O roteiro é extremamente inteligente e mescla fantasia com ficção e e mesmo que você não tenha lido nos créditos inciais que é um filme "lynchiano", notará rapidamente seu universo lá. Depois de ver Duna, passei um tempão in love pelo Kyle McLachlan :P...

O mercenário das galáxias (1980): esse filme veio na cola do sucesso de Star Wars, mas tem seu crédito. Aqui sete mercenários do futuro se reúnem para defender uma colônia de fazendeiros de um soberano maquiavélico. Destaque para a ótima trilha de James Horner.

Fuga de Nova York (1981): "Em 1997, Nova York se tornou uma prisão de segurança máxima, onde estão os piores criminosos. Se fugir de lá é impossível, entrar é no mínimo insano, mas quando o avião do Presidente (Donald Pleasence) cai em Manhattan, é oferecida a liberdade a um condenado e herói de guerra (Kurt Russell) para resgatar o mandatário".

Comentando: O que dá nesses diretores e produtores de quererem dar continuidade em produtos que dão certo? Tudo bem, às vezes acertam, mas o que é Fuga de L.A., Mr. Carpenter? Meu camarada Snake não merecia aquela continuação. Snake Plissken simplesmente ruleia!! O filme é um misto de ação e ficção, empolgante, criativo e original. Carpenter aqui faz o que quer com sua câmera e vale também destacar a ótima participação de Ernest Borgnine. Filmaço!

Tron (1982): nesse filme Jeff Bridges vive um programador de computador que literalmente entra no PC (Imagina se eu entrasse na máquina de uns aí? Se entrasse no meu computer, ia fumar um baseadozinho (brincadeirinha!!), porque esse meu bebezinho aqui é tão rápido...). Para voltar ao mundo real, ele tem que superar uma série de desafios produzidos pelo "controle-mestre". Junto com Jogos de Guerra (1983), esse filme marcou a década de 1980 ao contar com computadores como personagens. Além de ser uma importante contribuição para os efeitos especiais gerados por computação gráfica.


Dignos de nota: Não posso deixar de falar que a Entreprise também fez suas viagens na telona dos cinemas nos anos 80:
  1. Star Trek II - The Wrath Of Khan (1982)
  2. Star Trek III - The Search For Spock (1984)
  3. Star Trek IV - The Voyager Home (1986)
  4. Star Trek V - The Final Frontier (1989)
Ainda também devem ser destacados o primeiro filme da trilogia Robocop. Enquanto os dois últimos foram exibidos na década de 90, o longa original é de 1987 e conta a história de um policial que é brutalmente assassinado, mas que é ressuscitado numa forma meio homem meio máquina a fim de ser um combatente infalível contra a marginalidade. A direção coube ao expert em sci-fi Paul Verhoeven. E a trilha é de Basil Pouledoris (yeah!!!).

Por fim, há uma ficção bem bacaninha dirigida por Wolfgang Petersen e estrelada por Dennis Quaid e Louis Gosset Jr que merece breves palavras. Inimigo meu (1985) conta a história de soldados de espécies diferentes em uma guerra interplanetária que acabam isolados em um planeta distante onde terão que resolver suas diferenças para sobreviver. O filme tem boas cenas de ação, mas aqui o que impressiona são os diálogos e a improvável amizade que surge.




PS: Agradeço, pra variar, ao site Adoro cinema pelas sinopses gentilmente "ctrl+c" e "ctrl+v".





HASTA LA VISTA, BABY!