março 19, 2005

SAUDADE DOS 80 (parte 35)


HOLA!




THE 80'S MOVIES





Pipoca, refrigerante e... sessão da tarde!!








Retorno ao paraíso (ou Paraíso Azul, 1982): um clone do filme A Lagoa Azul. Integrantes de uma caravana que faziam uma jornada de Bagdá para Damasco são mortos por um sheik. Apenas sobrevivem um rapaz e uma garota (Phoebe Cates) que passam a morar no oásis do deserto e se apaixonam bem no estilinho do casal de A Lagoa Azul. Mas tenho que admitir que gostei mais da cópia que o original. Pode?

Juventude em fúria (1983): é como o próprio cartaz do filme cita: "Nove anos --- gangue de rua; doze anos --- drogas; dezesseis --- roubo e assassinato". Só que o crime ocorreu acidentalmente e mesmo assim o personagem de Penn acaba preso. Tempos depois, o irmão (Esai Moralles) da vítima, líder de uma gangue rival, estupra sua namorada (Ally Sheedy) e acaba na mesma prisão que ele. Sean Penn na sua primeira grande atuação. Bom thriller sobre gangues de rua, apesar de ser muito previsível.

Dançando na TV (1985): Sarah Jessica Parker é uma garota recém-chegada na cidade de Chicago e logo fica melhor amiga da personagem meio maluquete da Helen Hunt e ambas nutrem uma grande paixão pela dança. Quando ouvem numa rádio uma notícia sobre uma competição de dança, logo querem se inscrever. Mas o grande empecilho é o pai de Janey (Sarah Jessica Parker), um coronel aposentado linha-dura, que não a deixa sair pra canto nenhum. Mesmo assim, Janey se inscreve, manda bem e é escolhida pra ficar entre as finalistas e ganha um novo parceiro (hummm!) interpretado pelo sumido guapo Lee Montgomery. Só que pra ensaiar com Jeff (Montgomery), ela tem que sair sempre às escondidas, só que já imaginam o que vai acontecer, né? Ademais, uma ex-namorada do Jeff tenta fazer de tudo pra eles não ganharem o concurso e blá blá blá... Duas coisas eu lembro muito bem: Janey com aquela roupa "disfarce" que facilmente rasga e esconde outra roupa por trás e aquela blusinha com barriga de fora do Jeff :P... Bom filme pras tardes de sábado e de domingo!

Os caça-fantasmas (1984): eu também já postei sobre esse filme hiper mega legal. Sorry!

Brincando com fogo (1986): Virginia Madsen (Sideways) é uma jovem que estuda em um colégio interno católico. O personagem de Craig Sheffer está em um acampamento de um reformatório para jovens. Os dois se encontram, ao acaso, na mata que fica cercando tanto o colégio como o reformatório. Ela é fotógrafa e está posando para si mesma como Ofélia no lago. É aí que Craig aparece, pois os rapazes do reformatório estavam fazendo alguma atividade por aquela região, e já meio que se apaixonam à primeira vista. Depois eles se reencontram num bailezinho entre os garotos do reformatório e as garotas do colégio, confirmando realmente seu amor um pelo outro. So que é praticamente impossível para os dois ficarem juntos, já que ele cumpre uma sentença no reformatório e ela tem que obedecer todas as regras da conservadora escola. Começa aquela velha história de amores impossíveis, com aventuras e perseguições e muito blá blá blá... Na trilha sonora tem Bryan Ferry, Huey Lewis and the News, Prince, dentre outros.

E.T., o extra-terrestre (1982): só pra descontrair: só coloquei essa foto do E.T. pra preencher buraco :P. Já falei muito sobre o filme.

Lucas, a inocência do primeiro amor (1986): Corey Haim é Lucas, um garoto tímido, pobre e estudioso e que é apaixonado pela personagem de Keri Green (que também atuou com Haim em Goonies), só que ela só quer sua amizade e é apaixonada pelo carismático capitão do time de futebol interpretado por Charlie Sheen. Pra chamar sua atenção, ele até entra no time de futebol, mas obviamente isso não ia dar certo e nem, ao menos, tinha idéia que sua amiguinha (Winona Ryder, bem pirralhona) era caidinha por ele.

Indiana Jones: a trilogia (Até agora... Vem aí um quarto filme, sabe Deus quando!), dirigida por Spielberg e com todo aparato da ILM de George Lucas por detrás, começa em 1981 a saga de Harrison Ford como Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida. "Em 1936, o arqueólogo Indiana Jones (Harrison Ford) é contratado para encontrar a Arca da Aliança, que segundo as escrituras conteria "Os Dez Mandamentos" que Moisés trouxe do Monte Horeb. Mas como a lenda diz que o exército que a possuir será invencível, Indiana Jones terá um adversário de peso na busca pela arca perdida: o próprio Adolf Hitler". Aqui somos apresentados ao Indy (pros íntimos:P) já numa cena de tirar o fôlego com a pequena participação de Alfred Molina. Depois do primeiro ato, encontramos Indy (sem seu chicote e seu chapéu tão peculiares) no ambiente escolar com seu amigo Marcus Brody (Denholm Elliott), também grande amante de preciosidades antigas. Através desses filmes, Spielberg faz uma homenagem aos seriados americanos de aventura dos anos 30 e 40. Na companhia de sua ex-namorada, a durona Marion (Karen Allen), vai atrás da famosa Arca da Aliança que continha os Dez Mandamentos de Moisés e conferia super poderes a quem os adquirisse. Também vai contar com a ajuda de Sallah (John Rhys-Davies) e vai ter que superar seu trauma por cobras. Vale ressaltar que o filme é roteirizado por Lawrence Kasdan. Um filme empolgante que ainda se torna maior graças à soberba trilha de John Williams. Em 1984, voltamos ao universo de Jones, em Indiana Jones e O Templo da Perdição, onde "o arqueólogo Indiana Jones (Harrison Ford) tem agora que resgatar as pedras roubadas por um feiticeiro, para libertar crianças escravizadas. Para tanto, enfrenta os poderes mágicos e o fanatismo de um culto que sacrifica seres humanos". Igualmente ao anterior, já começa com uma cena muito legal, só que com muito mais humor. Jones entrega um objeto precioso e pede seu pagamento (um diamante!), mas os caras tentam enganá-lo e colocam veneno na sua bebida e só entregam o antídoto se ele devolver o diamante. Entra em cena a atrapalhada cantora Willie Scott (Kate Capshaw) que pra mim é a melhor namorada do Jones, em contrapartida à maioria dos fãs que preferem a Marion (Karen Allen). A cena em que ela tenta se livrar dos animais na floresta é muito hilária. A química entre Jones e o garoto Short Round (Ke Hui Kwan) é maravilhosa, nem nos faz sentir falta do Sallah. Em 1989, Indy volta com toda pompa em Indiana Jones e A Última Cruzada, com uma participação bem bacana do saudoso River Phoenix como o Indy adolescente, numa forma de mostrar melhor sua relação com seu pai (Sean Connery), além de mostrar a origem das características do personagem. Também estão de volta Marcus (aqui faz o elemento cômico do filme) e Sallah. Indy dessa vez não se dá nada bem no quesito "namoradas". Ademais, seu pai é seqüestrado e a única forma de salvá-lo é encontrar o Santo Graal, o cálice sagrado. Simplesmente uns dos melhores filmes de aventura da história do cinema e que contém o herói mais charmoso e carismático da sétima arte.


Image hosted by Photobucket.com



Alguém muito especial (1987): também citado no post sobre o fenômeno Brat Pack e cujo roteiro é de John Hughes. Típico filme de sessão da tarde que o cara passa o filme todo aboxonado por uma garotinha popular meio idiota, sem perceber que seu verdadeiro amor (oohh) sempre esteve do seu lado.

Amor sem fim (1981): Jovem casal apaixonado (Brooke Shields e Martin Hewitt) pensa mais com os hormônios que com a própria cabeça. Resolvem ter relações na casa dela. A mãe da garota descobre, mas aceita. Já o pai é totalmente contra, apesar das tentativas em vão do garoto se dar bem com a família. Acontece um acidente que acaba em tragédia e que afasta mais o casal. Bem melodrama, mas não é que eu gostava? Preciso rever pra ver se envelheceu bem. Tom Cruise também está no elenco e quem não se lembra de nada do filme, certamente se recorda da música Endless Love cantada pelo dueto formado por Lionel Ritchie e Diana Ross, não?

Dirty Dancing - Ritmo Quente (1987): uma garota vai passar as férias com os pais em um hotel e se encanta com um bailarino e acaba sendo sua parceira na dança, quando a antiga parceira do cara encontra-se grávida e faz um aborto. Esse filme foi uma dificuldade absurda para ver, já que sempre era barrada no cinema. Só acabei vendo mais de um ano depois. O filme virou uma sensação enorme nos anos 80, toda festinha tocava o vinil da primeira à última faixa. Revi no ano passado e achei os atores tão fracos, a história tão bobinha, não deveria nem ter revisto, já que quebrou a mágica que tinha em relação ao filme. Mas, de uma forma ou de outra, foi um filme marcante para mim.

Férias do barulho (1985): Johnny Depp aqui é um jovem cheio de hormônios que vai passear em um resort luxuoso na Flórida com seu amigo para se dar completamente bem, ou seja, muito beijo na boca. Quem lembra da doida morena que ficava meditando e em certo momento ela fica pelada falando: "Venha a mim..." Era bobinho, mas bem divertido.

Flashdance (1983): "o filme conta a história de Alex Owens (Jennifer Beals), uma jovem de 18 anos que trabalha como metalúrgica durante o dia e à noite é uma exótica dançarina em uma casa noturna e retrata a sua luta para realizar seu grande sonho: ser aluna no Conservatório Pittsburgh de Dança. O filme traz hits clássicos dos anos 80, incluindo as canções mais conhecidas da época como Flashdance - What A Feeling" de Irene Cara e Maniac na voz de Michael Sembello. E ainda propagou a moda de blusas de moleton rasgadas e das polainas". (Karinne Souza em Palavras ao Vento :P)

Grease - Nos tempos da brilhantina (1978): Sandy (Olivia Newton-John) e Danny (John Travolta) se conhecem nas férias de verão e têm um namorico. Ela deveria ir pra Austrália, mas acaba ficando nos E.U. e se matricula na mesma escola que Danny. O filme tenta de uma forma descontraída questionar o velho ditado que os opostos se atraem. O filme não tem intenção de aprofundar muito sobre as idas e voltas do relacionamento entre os dois, sendo legais mesmo os números musicais com cenas de dança bem bacaninhas. Filme nº 1 da maioria dos diários que circulavam pela minha sala na época escolar!

Footloose - Ritmo Louco (1984): "Um jovem (Kevin Bacon) da cidade grande se muda com sua mãe (Lee McCain) para o interior. Apaixonado por dançar, ele enfrenta sérios problemas quando o conservador reverendo local resolve considerar a dança como um grave pecado". O reverendo era interpretado por John Lithgow e o personagem do Bacon ainda acaba se apaixonando pela filha do beato.

Comentando: esse filme é uma importante peça da cultura dos anos 80, refletindo perfeitamente o temperamento e as atitudes dos jovens, assim como suas roupas e seu vocabulário.

Edward, mãos de tesoura (1990): tudo bem, esse filme pode ser de 1990, mas não tem maior cara de anos 80? O ótimo Tim Burton nos conta a fábula de uma espécie de robô (Johnny Depp) que vivia em um castelo com seu pai (o inventor, o maravilhoso Vincent Price) e na hora que iria receber seus braços, o inventor morre. Uma vendedora de produtos comésticos (a ótima Dianne Wiest) o conhece e o leva para sua casa. Apesar da estranheza inicial, vira sensação com seus dotes de jardineiro e cabeleleiro. Apaixona-se por Kim (Winona Ryder), a bela filha da vendedora. A trilha composta por Danny Elfman é muito bonita, a direção de arte e a fotografia, bem peculiares ao universo de Burton, são perfeitas. Burton adora colocar personagens excêntricos no seus filmes, fazendo-nos discutir sobre questões como aceitação, adaptação, estética x conteúdo etc... Mas, no fundo, Edward, mãos de tesoura é uma linda história de amor!

O Feitiço de Áquila (1985): "Europa, século XII. O Bispo de Áquila (John Wood) toma consciência que sua amada, a bela Isabeau (Michelle Pfeiffer), está apaixonada por Etienne Navarre (Rutger Hauer), um cavaleiro. Áquila fica possuído de raiva e ciúme e lança uma maldição sobre o casal: de dia ela sempre será um falcão e de noite Navarre toma a forma de um lobo, sendo que desta forma fica o casal impedido de se entregar um ao outro. Eles têm como único aliado Phillipe Gaston (Matthew Broderick), mais conhecido como Rato, que é o único prisioneiro que escapou das muralhas de Áquila".

Comentando: Richard Donner acerta e muito bem nesse filme que aborda o clima medieval e seu universo cheio de lendas, magias, maldições, personagens cativantes, aventuras, romance proibido e de leais amizades. Vale destacar o ótimo elenco e a competente parte técnica do filme (direção de arte, figurino e até a trilha bem moderninha para a Idade Média) e principalmente a fotografia que reverencia o nascer e o pôr-do-sol.

Image hosted by Photobucket.com



Amiradora secreta (1985): uma carta pode mudar a vida de uma pessoa? Quando a melhor amiga do protagonista da história toma coragem e manda uma carta dizendo que é apaixonada por ele, mas sem revelar seu nome, a carta é perdida e passa de mão em mão e gera um monte de confusão, e encontros e desencontros. Protagonizado por C. Thomas Howell, é um filme tipicamente sessão da tarde que diverte, mas sem acrescentar.

Eu, Christiane F., 13 Anos, Drogada e Prostituída (1981): adaptado do bem sucedido livro homônimo, conta a história que poderia ser de cada um de nós se entrássemos sem freios no mundo das drogas. As cenas podem até chocar os mais conservadores, mas é um filme interessante, detalhista e bem verdadeiro.

Drugstore cowboy (1989): "O diretor Gus Van Sant (Gênio Indomável) conta a história de um grupo de drogados que assaltam farmácias na intenção de sustentar o vício".

Comentando: esse filme não é apenas sobre drogas, mas é um retrato fiel da sociedade atual, que vive numa competição desenfreada e que cada vez mais aniquila as emoções nos relacionamentos e que se encaminha para sua auto-destruição. A película não tenta romancear ou julgar em momento nenhum os personagens. A perfomance de Matt é excelente, assim como vale destacar as de Kelly Lynch e Diane Lane. Dirigido por Van Sant de forma tão imparcial e real, às vezes soa como um documentário. No final do filme, um personagem sofre um acidente e é levado a um hospital. Ainda na ambulância, encontrava-se radiante pelo fato de que eles estavam o levando para o paraíso, para um lugar onde toda a química do mundo poderia estar a seu dispor. Neste momento, ele pensou: "Most people don't know how they're gonna feel from one moment to the next. But a dope fiend has a pretty good idea. All you gotta do is look at the labels on the little bottles". Fodaço, não?

O Feitiço de Áquila (1985): opa, acabei de falar lá em cima! Por sinal, essa foto é uma das cenas mais belas do filme, quando eles finalmente se vêem em forma humana.

Garota sinal verde (1985): nesse filme dirigido por Rob Reiner (Conta Comigo, Harry e Sally, Louca Obsessão), John Cusack é Gib, um garoto que sonha em ir para a Califórnia atrás da garota ideal. Seu amigo do colégio já está na Califórnia e falou que já conhece a garota certa para ele e que ela está doida para conhecê-lo. Daphne Zuniga (a Joe de Melrose!) é Alison, uma garota estudiosa que tem que ir para Califórnia encontrar seu noivo. Alison e Gib se odeiam, são os extremos opostos um do outro, mas topam pegar a estrada juntos e dividir as despesas. Nem preciso falar o que acontece no caminho para a Califórnia, né? Tem uma cena boba, mas bem divertida que era o Gib ensinando a Alison como beber cerveja mais rápido. Bem bonitinho!

Os Garotos perdidos (1987): opa, post anterior... (Perdão pela lesa que repetiu a foto de novo!)


Image hosted by Photobucket.com



Uma cilada para Roger Rabbit (1988): além do filme ser ótimo, eu tenho uma ótima recordação dele e do parque temático que tinha na MGM onde me perdi e acabei achando meu primeiro namorado (duhhh, que piegas!)... Dirigido com maestria por Zemeckis e produzido por Spielberg, com um roteiro enxuto que faz uma deliciosa homenagem ao filmes noir, principalmente Chinatown (1974) e cheio de inovações tecnológicas ao interagir atores de verdade com animações que foram consagradas com 3 Oscars: melhor montagem, melhor efeitos especiais e melhores efeitos sonoros. Não posso esquecer a deliciosa trilha composta por Alan Silvestri que reflete todo ar misterioso, glamourizado do cinema dos anos 40 e seus astros e personagens do universo noir.

UPDATE
: Como revi o filme há pouco tempo, vou dar uma leve dissecada nele. Roger Rabbit é um famoso personagem que anda meio "depressivo" (não consegue que apareçam estrelas quando leva uma pancada na cabeça) devido as suspeitas de traição de sua venerada esposa. O filme começa com Roger atuando num dos episódios do famoso desenho "Baby Herman & Roger Rabbit" em uma nítida referência aos desenhos dos anos 40 da Warner, principalmente os realizados pelo mestre Tex Avery, responsável pelos desenhos em que uma ação gera uma reação maior ainda e que as expressões faciais são supervalorizadas (olhos esbugalhados e saltitantes, queixos caídos), palhaçadas exageradas com aumento da velocidade e mudanças do corpo que também influenciaram toda uma geração de animações. Mas aí os passarinhos na cabeça do Roger cortam a cena...

Animação x Real... Bebê Herman: um típico ator temperamental, Roger e sua depressão... Um detetive a inspecionar. Parodiando Humphrey Bogart e seus detetives cínicos nos filmes noir, o ótimo ator britânico Bob Hoskins é o detetive Eddie Valiant, alcoólatra, ranzinza, mal-humorado, devido ao trauma de ter perdido seu irmão e melhor amigo assassinado por um personagem. Antes do crime, ele e o irmão eram detetives que solucionavam todos os mistérios de Toontown e todas animações eram gratas a eles, mas após a morte de seu irmão, ele tem pavor da cidade e de seus personagens.

Quando o presidente dos estúdios Maroon o chama pra investigar se a mulher de Roger o está traindo e causando essa depressão nele, Eddie incialmente hesita, mas a grana, ou melhor, a ausência desta, fala mais alto. No maior clima noir, entra num bar clandestino privê com senha pra entrar, algo bem comum nas narrativas do gênero (a senha era "Walt me mandou", numa óbvia citação a Walt Disney), com a porta com uma abertura para os olhos e o segurança truculento que não poderia ser outro animal que um gorila (ah o ator que dubla o tal macacão é o mesmo que faz Jabba (Star Wars)). O local inicialmente soturno abre as cortinas pra um clube cheio de cores, mais notadamente o vermelho, a cor tão já declamada dos amores, paixões e devaneios. A cegueira das paixões, a ilusão e o crime. Tudo é dúbio, ambíguo. No clube, um show à parte de Donald e Patolino nos pianos, pingüins garçons, polvo barman, a sexy, graciosa e melancólica Betty Boop como garçonete e o dono da Toontown, Marvin Acme, o eterno meninão... Pára tudo!! Jessica Rabbit, uma perna, um vestido vermelho esvoaçante, brilhoso, voz sexy, passos provocantes, homens abobados e babões, Rita Hayworth, Lauren Bacall, Jane Russel, franjas "peek-a-boo" de Veronica Lake (Amy Irving faz Jessica cantar e Kathleen Turner faz ela falar). Por sinal, Jessica foi o personagem mais complexo pra ser realizado pelo pessoal dos efeitos especiais. Fotos tiradas de Jessica e do dono arrasam Roger que angustiado puxa as cortinas numa clara referência a uma cena do filme Chinatown. Toma umas, fica loucão e foge.

Outra referência clássica aos filmes noir são as palavras na porta do vidro do escritório de Eddie que são filmadas pelo lado de dentro. Nas cenas seguintes, percebemos um Eddie melancólico e saudoso pela ausência do irmão e parceiro.

Após a fuga de Roger, o poderoso dono da Toontown é encontrado morto. Todas as pistas convergem para o coelho. Na verdade, tudo era uma trama do dono dos estúdios Maroon que aliciou Jessica com ameaças de demissão de Roger para que ela montasse uma cena de "traição" e que isso fizesse com que Acme fosse obrigado a ceder seu império, tornando os estúdios Maroon e Toontown um só.

No local onde foi cometido o crime, surge o Juiz Doom (Christopher Lloyd) que só pelo seu visual já mete medo. E aquele sopão que ele criou pra destruir os personagens parece realmente assustador. E os fuinhas que morrem literalmente de tanto rir não lembram gangsters atrofiados que obedecem cegamente ao big boss?

Os roteiristas criaram um subplot paralelo que motivasse o vilão, um esquema do juiz Doom para acabar com o sistema de trânsito de Los Angeles. Homenageia o famoso carro vermelho que percorria toda L.A. (não sei se sou eu que sou nostálgica, mas esses carros antigos, bondes, trens dão uma beleza maior a qualquer cidade. Um ar sofisticado tão diferente do que vemos hoje em dia) e através dele a película faz uma sátira à corrupção existente entre algumas corporações americanas. Segundo as notas do filme, essas tais corporações colaboravam para o uso de companhias falsas como fachadas para privatizar o sistema nacional de carros de rua e tirá-los de circulação, o que criou uma forte dependência no sistema de automóveis que consomem mais petróleo e produtos de borracha e conseqüentemente dando um fim no antigo sistema de transporte.

Eddie descobre que Acme deixou um testamento, só que este sumiu. Roger vai atrás de Eddie e jura inocência. Uma das cenas mais hilárias é quando os dois estão presos na mesma algema e quando ele imita a feição quadrada de Dick Tracy e outra é quando o juiz Doom dá umas batidinhas na parede que enlouquecem o pobre coelho.

O filme mudou as regras como dirigir filmes que combinam animação com atores graças ao excepcional trabalho do diretor de animação Richard Williams. Os figurinos e a montagem também são excelentes.

Uma cena que achei bem bacana e sutil é quando a Jessica vai atrás do Eddie e tenta lhe mostrar que não está envolvida no crime, mas que sua sensualidade inserida pelos desenhistas não ajudam muito e que ela não tem culpa disso e, de certa forma, até sofre por isso, já que perdeu o marido amado.

Tenho que destacar o personagem Benny, um simpático táxi que ajuda Roger e Eddie. Por sinal, a cena da perseguição nas ruas é ótima. Outra cena bacana, anterior a esta, que vale a pena ser citada é a da luta do bar.

De pista em pista, Eddie descobre que o sistema de transportes foi comprado pelos estúdios Maroon. Mas antes do presidente lhe revelar a verdade, é assassinado. Tudo culmina em Toontown, onde todos os personagens reais e imaginários irão se confrontar. Por sinal, esse último ato é sensacional, cheio de efeitos especiais, com as animações e atores numa simbiose perfeita (Spoiler: há uma citação a Mágico de Oz, descubram!)

O filme homenageia vários personagens tanto da Disney como da Warner (na verdade, foi feito um acordo pra ambos dividirem o mesmo tempo na tela) tais como alguns personagens do clássico maior da Disney - Fantasia (a bailarina do balé Ostra, Mademoiselle Upanova, as vassouras do maravilhoso segmento "Aprendiz de Feiticeiro" (eu tenho o Mickey Feiticeiro :P), Yyacinth Hippo, a graciosa hipopótomo bailarina no segmento Dance of the Hours); Dumbo; Brutamontes Maléficos da A Bela Adormecida; Brer Bear; Koko, o Palhaço; Feischer; Branca de Neve e os Sete Anões; Os Três Porquinhos e o Lobo Mau; Pinóquio; Grilo Falante; Peter Pan; Sininho; Pateta; Mickey; Minney; Pernalonga, Piu Piu e Frajola; Chapeuzinho Vermelho; Gaguinho; Eufrasino Puxa-briga; Mickey's Orphans, Chicken Little; Wynken; Blynken; Nod; Cupids; Baby Pegasus (Fantasia); Ground Hogs; Peter Pig; Coelhinhas; Ferdinando, o Touro; Danny; Jenny Wren; Violinista, Flautista, Elmer Elephant; The Merry Dwarfs; O Relutante Dragão; Velha Bruxa; Sapo Tadeu; Sir Giles; Droopy; ás árvores se abraçando do desenho "Flowers and trees"; o primeiro desenho colorido Silly Symphony da Walt Disney (1932); Peter; Animais; Casal de Árvores; Bambi; Pluto; Dunga; Papa Léguas; Cyril; Cavalo do Sr. Toad; Zé Carioca; Harpa Cantante; Pica-pau; Monty (Pelicano); Marc Antony (buldog); Marvin o Marciano; Foghorn Leghorn; Ligeirinho etc.

Nos extras do DVD, além da opção de ver o filme com os comentários e de um curto making off, há um joguinho e três curtas protagonizados por Roger e Bebê Herman. Se algum lesado ainda não assistiu, não perca esse delicioso "cartoon noir"!!!


De volta para o futuro (1985): já postei sobre esse filme que ainda vai estar na minha estante, tanto ele como os outros dois da trilogia.

Vidas sem rumo (1983): como já disse em um post anterior, o filme que aglomera mais homem bonito da história do cinema, um elenco de desconhecidos que se tornariam astros por um breve tempo ou mesmo até hoje como Tom Cruise.

"Em um subúrbio da pequena cidade de Tulsa, Oklahoma, Ponyboy Curtis (C. Thomas Howell) é o caçula de uma turma, formada ainda por Darrel Curtis (Patrick Swayze) e Sodapop Curtis (Rob Lowe). Os três órfãos tentam sobreviver onde tudo se restringe a "mexicanos pobres" e "ricaços". A trinca descende de mexicanos, amarga empregos em postos de gasolina e sofre com a perseguição da polícia. Também fazem parte da gangue Dallas Winston (Matt Dillon) e Johnny Cade (Ralph Macchio), ainda um projeto de marginal. Eles tentam vencer e amadurecer enfrentando os ricos, mas nem tudo acontece como eles planejam. Os acontecimentos são vistos pela ótica Ponyboy, que gosta de poesia e "... E o Vento Levou".

Mais um belíssimo filme dirigido por Coppola adaptado da obra de Susan E. Hinton que retrata muito bem as pessoas que andam à margem da sociedade, sejam latinos ou descendentes destes ou pobres e também versa sobre lealdade e amizades. Cada momento do filme nos faz refletir. É perturbador, sensível, profundo, com uma fotografia impecável e consegue aliar uma boa história, com uma ótima direção e elenco.

Air America - Loucos pelo perigo (1990): Opa, falha nossa (ok, minha :P), eu coloquei na cabeça quando peguei a foto que esse filme era dos anos 80, mas é de 1990, dêem-me um refresco. Falando do filme, ele nos conta a história de dois pilotos de uma companhia aérea no Laos na época da Guerra do Vietnã cujo objetivo é distribuir alimentos ou transportar soldados. Entretanto eles acabam descobrindo que também estão transportando ópio e heroína. Um filme bacaninha, divertido e com uma boa química entre Gibson e Robert Downey Jr.

Curtindo a vida adoidado (1986): Como já falei sobre esse filme em que um garoto manda a escola à merda, só reitero uma coisa: Ferris ruleia!!


Dignos de nota: A Princesa Prometida (1987), A incrível máquina do crescimento (1988), O menino que sabia voar (1986), Atração Mortal (1989), Elvira, A Rainha das Trevas (1988), Ruas de Fogo (1984), A Dama de Vermelho (1984), Uma Secretária do Futuro (1988), O Enigma da pirâmide (1985) , Metido em encrencas (1988), A lenda (1985), A morte pede carona (1986) etc.





PS: Agradeço ao site Adoro Cinema pelas sinopses gentilmente roubadas. E só faltam mais 5 posts!!!



HASTA!